Testemunhos

Aqui as mães podem relatar as suas experiências de amamentação, as dificuldades que tiveram e as formas encontradas para as superar.

2 comentários:

  1. O G. nasceu numa quinta-feira à noite. Quando subimos para o internamento a enfermeira de serviço, que supostamente me deveria ajudar, apenas disse "faça uma prega do mamilo e ponha na boca dele, depois ponha-o a arrotar". Virou-me as costas e assim fiquei. Estive toda a madrugada a tentar que ele mamasse, nada. Chamei o enfermeiro, que colocou aerom no mamilo e assim o pequenote ainda mamou um bocadinho. Durante todo o internamento não obtive qualquer ajuda, apesar dos pedidos, as enfermeiras, mas olhando para mim, só diziam para estar descansada que ele estava bem, e ele chorava coitadinho, com fome concerteza.
    Saímos do hospital no Sábado e na Segunda-feira fomos fazer o teste do pézinho... A enfermeira pesou-o e viu que ele perdeu mais peso que o suposto, disse-me que assim ele ia ficar doente e que lhe tinha de dar LA. Nunca se disponibilizou para me ajudar na amamentação. Já o pediatra do centro de saúde deu-me logo as listas de LA que eu podia comprar.
    Eu fui mais forte, e apesar das lágrimas todas, entrei em contacto com uma CAM, que me ajudou imenso. Ensinou-me a boa pega, as boas posições, e assim, o meu piolho passou a alimentar-se convenientemente. Hoje tem 8 meses e continua a engordar os seus 500g por mês, foi amamentado exclusivamente até aos 6.
    Ninguém disse que seria fácil, é verdade. Não fui das mulheres mais abençoadas no que toca a ajudas em casa, tive um marido que não acreditava no LM, pais idem.
    Para que amamentação corra bem temos de ser persistentes, não desistir à primeira contrariedade e acima de tudo, conhecermos quem perceba realmente do assunto e lermos muito!

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  2. O meu nome é Liliana Garcês e sou mãe de um Dinis, nascido em 18/09/2010.
    O Dinis mamou 1 hora depois de ter nascido. Pegou bem e nunca me gretaram os mamilos nunca, o Dinis nunca me magoou, sempre tive fartura de leite. Tive sorte e isso condicionou favoravelmente a amamentação.
    Saí do hospital no dia em que me subiu o leite. Tive febre e dores. Passei horas a tirar leite manualmente no chuveiro! O Dinis mamava muito mas nem assim chegava. No entanto, a evolução dele foi óptima. A consulta aos 6 dias mostrou que estava com 3,820kgs e 53cms! Vim orgulhosa e com confiança redobrada.
    As coisas foram correndo sobre rodas mas fui tendo sempre dúvidas. Não fazia ideia o que significava "molhar bem as fraldas" ou "choro de fome". Então, por via das dúvidas, oferecia maminha. Com o tempo, aprendi as diferenças nos choros
    O Dinis chorava muito e ouvi em vários sítios que eu estava a dar fome ao meu filho. Ouvi-o dos meus pais, sogros, primas, amigas que já eram Mães, amigas que ainda não eram Mães. Mas tive a sorte de poder contar com muitas pessoas conhecedores, tanto no Facebook como no fórum Pink&Blue. Tantas vezes me orientaram... :) A minha Madrinha Joana Duarte esteve uma hora ao telefone comigo a relembrar que os bebés choram por mais motivos sem ser fome. Que eles precisam de amor e carinho, sob forma de contacto físico. Claro que oferecia na mesma a maminha mas já não era com o mesmo intuito, o de matar a fome. Era com o intuito de amar o meu filho da melhor forma possível.
    Agradeço, também, ao meu marido que nunca, nem uma única vez, deixou de me apoiar.
    Com o tempo, percebi que as pessoas não só não entendem a amamentação como também não querem entender. Fui pressionada a iniciar os sólidos antes dos 6 meses, as pessoas iam comparando situações (a prima x é da idade do Dinis e já come isto e aquilo!), tentaram dar comida pelas minhas costas, ouvi mil vezes que a mama já não tinha nutrientes e que ele estava viciado. E fiquei com uma única certeza. Se houvesse mais informação e menos interferências de terceiros, mais mães teriam amamentado. Eu consegui por ter um bom suporte e por ter a sorte de ter um bebé que é de P50-75 em peso e altura, e resolvia a questão com um "olhem para ele, tem ar de fome?". Teria sido consideravelmente mais difícil resistir ao LA se ele fosse um bebé de percentil baixo.
    Entretanto, completamos os 6M de LM em exclusivo e introduxi os sólidos. Surgiram-me dúvidas como "devo dar mama primeiro" ou "como fazê-lo interessar pela nossa comida"? É uma área onde existem tantas dúvidas como teorias. Há quem defenda que se deve dar 1º a comida e maminha no fim e quem diga que é melhor ao contrário. Há quem defenda que é comida e ponto. Eu usei o 1º sistema. Até aos 7 meses e meio, o miúdo praticamente não aceitava nada. O resultado é que o LM continuou a ser praticamente a sua fonte de alimentação. Depois, gradualmente, começou a desinteressar-se pela mama depois das refeições e com 10 meses recusava mamar nas refeições principais. Aos 12 meses, deixou de aceitar mama de dia e só mama de noite desde essa altura.
    No Domingo completamos 18 meses de maminha e tem sido uma caminhada maravilhosa e complexa. Agradeço a Deus por isso!

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