sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O que a mãe come afeta o bebé?

Estudos garantem que a quantidade e qualidade do leite produzido não têm relação direta com a alimentação da mãe. Por outro lado, ainda está por definir exatamente a relação da alimentação com as cólicas do bebé.

Durante a amamentação, salvo raras exceções de alergias, não há alimentos proibidos e é sempre conveniente que a mãe tenha uma alimentação equilibrada e saudável, tal como qualquer outra pessoa.

Muitas mães acreditam que comer alimentos como feijão, couve ou brócolos provoca cólicas no bebé. Nada melhor que experimentar, sem alarmismos, estes e todos os outros alimentos, pois o que é válido para um bebé, não o é para outro. Se o bebé algum dia manifestar maior desconforto intestinal, (partindo do princípio que pega bem na mama, sem entrada de ar), a mãe pode eliminar o provável alimento da sua alimentação durante uns dias, para testar. Se o bebé permanecer igual, saberá que não foi desse alimento. Se concluir que foi, ele deverá ser novamente testado semanas ou meses mais tarde. Ao nível nutricional, a mãe pode arranjar um alimento substituto.
O alimento que reúne algum consenso de que pode afetar o bebé será o leite de vaca ingerido pela mãe. Isto deve-se à existência de proteínas, nem sempre bem toleradas, nem mesmo pelos adultos, mas também da lactose. Neste último caso, quando a mãe, após ter bebido leite, nota maior desconforto abdominal e flatulência do bebé, pode tentar substituir a ingestão de leite por iogurtes e assim fazer nova avaliação. Em caso de notar outros sintomas que possam indicar Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) deve procurar o médico e retirar o leite e seus derivados da sua alimentação.

O leite pode ser substituído por outros alimentos ricos em cálcio como peixes, legumes de folha escura, frutos secos, brócolos, aveia, sementes de chia, entre outros.

Há, depois, outros alimentos que merecem alguma atenção: a ingestão de café deverá ser reduzida e por vezes o chocolate também estimula demasiado o bebé. Há que estar atenta. Quanto ao álcool, esse sim, a OMS recomenda que seja de evitar por completo ou, a ingerir em ocasiões especiais, que o seja em pouca quantidade e depois de amamentar o bebé.
Há alimentos que podem alterar o sabor do leite, mas que não causam qualquer malefício ao bebé. Ele poderá estranhar numa mamada, mas compensará na próxima, acabando também por se habituar a todos os sabores, de forma a facilitar, mais tarde, a introdução da alimentação complementar.
Por fim, recorde-se da regra comum de que tudo o que é ingerido em excesso não é muito saudável.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O regresso ao trabalho

Agora que tudo estava a correr bem, surge um novo desafio: aproxima-se o regresso ao trabalho. Uma certa angústia surge em muitas mães. Mas uma coisa é certa: regressar ao trabalho não significa o fim da amamentação.

Quando o regresso ao trabalho se faz após os seis meses de idade, talvez se torne mais prático para muitas mães deixar os bebés entregues a outras pessoas com, pelo menos, uma ou duas refeições de outros alimentos, sejam sopas, frutas ou papas e até o leite materno para preparar tudo isto.

No entanto, a maior parte das mães não tem esta possibilidade. A maioria regressa ao trabalho aos quatro ou cinco meses de vida do bebé. Para tentar seguir a recomendação da Organização Mundial de Saúde de que os bebés devem ser amamentados, exclusivamente com leite materno, até aos seis meses, as mães podem, com aproximadamente um mês de antecedência, começar a preparar o regresso.
Isto significa que podem começar a extrair e conservar, no congelador, uma reserva de leite que garantirá alimento até o bebé perfazer os seis meses de idade, após os quais começa a ingerir outros alimentos. Uma vez que a mãe ainda está de licença de maternidade, há vários momentos do dia em que pode tirar leite: após o bebé ter mamado, sabendo que está satisfeito e não voltará a mamar brevemente, ou criando uma mamada “fictícia” e regular, numa altura do dia em que o bebé não costuma mamar. O período da manhã costuma ser adequado, uma vez que durante a noite é o período em que mais se produz.
A mãe pode tirar leite fazendo a extração manual, um processo simples, mas que por vezes exige algum treino. Para as mães que não conseguem extrair manualmente, o mercado já oferece inúmeras soluções de bombas de amamentação, pelo que hoje em dia é mais fácil manter o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses.
A hora de almoço nos dias de trabalho pode ser aproveitada para fazer uma extração cuja quantidade pode ser congelada ou então levada, no dia seguinte, para a ama ou infantário, para ser bebida ou comida com papa não láctea, na sopa, etc.

As quantidades a congelar e que acompanham o bebé na ida para escola ou ama devem variar entre 150, 100, 50 ml ou outras que a mãe considere mais adequadas ao que o bebé costuma mamar. A variação de quantidades enviadas é importante, pois caso o bebé não fique satisfeito, por exemplo, com 150 ml, rapidamente se aquecem mais 50 ml. O contrário, ou seja, aquecer demasiado leite, pode significar desperdício.
Mesmo quando a mãe opta por introduzir os alimentos antes do meio ano, pode perfeitamente continuar a amamentar o bebé quando já se encontra com ele em casa, não havendo necessidade de introduzir outro leite.
O leite materno é o principal alimento até ao ano de idade e quando o bebé está com a mãe pode ser oferecido mesmo antes ou depois do jantar, por exemplo, bem como durante a noite, ao acordar, e ainda mais vezes nos dias em que a mãe está em casa. Isto permite manter a produção adequada e durante mais tempo.